AI no Google Brasil: O que esperar das mudanças e resultados (SERP)

A AI já afeta diversas áreas de nossas vidas, não será diferente com a forma como buscamos e recebemos resultados.


Introdução


     As gigantes da internet Google, Microsoft, Meta e a nova OpenAI disputam diariamente uma corrida para ver quem vai liderar a  maior transformação no meio digital dos últimos tempos, a inteligência artificial ou AI.



    As rápidas mudanças estão obrigando as empresas a alterar cadeias completas de produtos para atender o crescente interesse e necessidade que a AI está gerando. A Microsoft, por exemplo, adicionou o Copilot ao Windows, Office, Azure e muitos outros; com o Google não é diferente, o novo Android vem com AI integrada, o Workspace (Gmail e mais serviços) também possuem versões com AI e o que vem de forma disruptiva e com maior impacto são os resultados gerados por AI nas buscas, onde o Google é líder de mercado há décadas.


Anúncio da mudança


     As novidades foram exibidas durante o evento Google I/O em 11 e 12 de maio de 2024, onde a funcionalidade foi demonstrada e já anunciada como disponível nos EUA e Reino Unido desde então.


     Os resultados gerados por AI ainda não estão disponíveis no Brasil (este artigo foi criado em 10 de julho de 2024), entretanto, é possível fazer um test-drive pelo aplicativo do Google no Android  através do Google Search Labs.




A apresentação contou com uma apresentação sobre a funcionalidade, onde a imagem é um fragmento da mesma

     A funcionalidade vem repercutindo no exterior, uma vez que o Google luta para manter seu legado preciso e certeiro nas informações oferecidas, há muito barulho sempre que sua AI escorrega nas respostas, entretanto, a gigante das buscas muda diariamente os resultados e sua disposição em infinitos testes para aprimorá-la.


As razões por trás dessa mudança


 Com o cenário crescente de AI conversacionais como o chatGPT, a forma de obter resultados para as  dúvidas está mudando, com o usuário está se sentindo satisfeito com respostas produzidas totalmente por AI.


Exemplo de resposta do ChatGPT, o qual tem agradado os visitantes como alternativa para respostas para suas dúvidas. O ChatGPT é da Open AI

      O Google sempre trabalhou seu SERP com o conceito de disponibilizar para o visitante opções criadas por pessoas e  organizadas por critério de qualidade, assim o usuário pode ter contato com um bom material que oferece vários pontos de vista. Foi assim que o Google dominou o mercado e confronta diariamente websites que lutam por burlar seu sistema de ranqueamento com técnicas abusivas de SEO (técnicas para otimizar o site com foco nas buscas).


Modelo de resultado para a pesquisa do Google, onde o visitante recebe um leque de pontos de vistas em formato de links e ranqueados por diversos fatores

     Diferente dese conceito de “pesquisa”, os resultados gerados por AI contém um ponto de vista que é processado e disponibilizade de forma eloquente (a forma de falar é o grande diferencial), onde o conteúdo é exibido em um texto personalizado como se a AI fosse seu amigo. Apesar da grande discussão sobre a veracidade das informações e singularidade de ponto de vista, as pessoas estão gostando e usando, como o Google sabe disso, precisa ir por este caminho também.


Como é este resultado da AI na pesquisa Google


     Mesmo que na demonstração do mês passado estava em um formato, já saiu na internet diferentes modelos e também regulações para quando terá o resultado produzido por AI ou não.


   A princípio, os resultados com AI serão para situações específicas, como já acontece nos países onde a funcionalidade está disponível. O ponto de vista da inteligência artificial aparece preferencialmente para quem realiza perguntas contendo "o que", "onde", "como", fornecendo respostas que são baseadas no processamento de várias fontes, entre outros.


     O resultado por AI ocupa a primeira borda do celular e, normalmente, do computador também, ou seja, os demais resultados e links saem da primeira borda e para chegar até eles é necessário rolagem. Os resultados de AI são predominantemente textuais; entretanto, podem ser usados widgets (mapas, cartões, links) para enriquecer os resultados. É comum que os links que a AI usou para sintetizar as informações sejam exibidos também. Ou seja, o novo SEO envolve ter um conteúdo válido para a AI procesar.

Este é um exemplo de resultando contendo uma resposta gerada por AI. A resposta da AI está no quadrado azul e abaixo em laranja começam os resultados convencionais como estamos acostumados

   Há depoimentos de casos que a perspectiva gerada por AI não apareceu necessariamente ocupando toda a tela, assim como também fragmentada em frases intercaladas com links, ou seja, é um cenário muito orgânico e a única certeza é que vai mudar muito.


Como ficam os websites com essa mudança

     Para que o website tenha protagonismo nas buscas, ele precisa "ser excelente". Não há mais espaço para websites com problemas ou conteúdo de baixo valor. O Google tem batido muito nessa tecla. Antigamente, era comum que os resultados do Google fossem um "dossiê" de websites para o usuário explorar os bilhões de resultados. Inclusive, o Google fazia questão de mostrar esses números até algumas versões anteriores. Hoje, sabemos que mais de 90% das pessoas ficam na primeira página e, mesmo na primeira página, os primeiros links recebem em média 68% de todos os cliques.


   Estes números mostram que as pessoas não buscam pesquisar vários links, eles precisam só dos primeiros e agora com a AI generativa nas buscas, somente de uma síntese resumida. Então os websites precisam ficar nas primeiras posições para terem visibilidade (como já acontece) e um conteúdo de alto valor para que a síntese da AI use-o e cite-o no texto produzido.


   Uma novidade também é a aba "Web" como filtro na buscas para exibir somente os websites. A lista é parecida com a "busca de antigamente", sem widgets e AI.


Na esquerda temos links para websites dentro da resposta gerada por AI e na direita o filtro do Google para Web, onde são exibidos somente websites, como antigamente.

Conclusão


   A forma como as pessoas querem receber respostas está mudando, provavelmente o processo de fazer pesquisas estudando diversas fontes será algo nichado e não mais popular. O conteúdo produzido e organizado por AI estará em todos os cenários e nas buscas é mais um.


   Apesar dos websites não estarem mais com o protagonismo em meio a tantos widgets (onde a AI generativa é mais um), os bons sites possuem espaço e são uma mídia consolidada para diversos segmentos e agradam os visitantes. Há menos espaço para websites com conteúdos superficiais, repetitivos, de baixa qualidade ou com problemas técnicos.


    A troca com a AI é algo que fará parte das vidas dos brasileiros em breve nas buscas do Google e ao invés de entrar em outros linsk, o caminho mais natural será fazer outra pergunta para a AI devolver outra síntese já processada. O bom conteúdo estará nessa síntese e esse é o novo topo do Google.


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